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20031103

"Quando" volta a ser observado

Já não actualizava aqui há algum tempo uma espécie de rubrica nada fixa e sem qualquer organização que apelidei de "Observatório do Quando".
Para quem não o conhece, informo que se trata de uma ideia que surgiu depois do Joel Neto, do "não esperam nada de mim", ter desabafado sobre o facto dos jornalistas começarem muitas vezes os textos com uma "muleta" que é o "Quando".
Não é que o uso dessa palavra seja errado. Pura e simplesmente é um facilitismo da escrita. Eu próprio já o usei muitas vezes, mas prefiro guardá-lo para uma altura em que se diga: "Agora sim, este texto merece e deve começar com um 'quando'".
A título de exemplo, escrutinei aqui alguns textos de revistas semanais (pois era aí que se notavam com maior impacto os vários exemplos de artigos que começavam com "Quando"). Depois, em Setembro, quando fui de férias, a rubrica também descansou e no regresso acabou mesmo por desaparecer.
No sábado, recebi um e-mail.
Era da Sónia Sapage, da "Visão". Ela tinha um "recorde" no uso do "quando", pois, salvo erro, fora mencionada em duas semanas consecutivas, a ponto de eu até ter escrito que alguém deveria fazer o favor de a avisar.
Com a devida autorização da própria, reproduzo aqui o e-mail que me enviou:

"Caríssimo Frederico Duarte Carvalho...
Não foi preciso um amigo avisar-me (pelos vistos não tenho amigos corajosos). Recebi a mensagem sobre coisas que tanto faz que se saibam porque em nada servem para o que sabemos. E pode pôr a minha conta dos QUANDOS a zero, porque desde que fui ao seu blog, nunca mais repeti o lamentável erro. Recomeça a contagem?

Sempre atenta,
Sónia Sapage"

Ora aqui está um bom motivo para retomar este "Observatório"!
O uso do "Quando" não é proibido. Apenas não deve ser banalizado e, esta semana, notei (numa análise nada exaustiva, refira-se e saliente-se) vários casos em revistas e semanários:

"Visão"
Sónia Sapage, já sabemos, está com o contador a zeros, mas sugiro que fale com a Alexandra Correia que na página 14 do "Visão 7" tem lá o seu "Quando" no início do texto "Francisco e Dario, os subversivos".
Pelo caminho, existe ainda um "Quando" no início do texto "Gladiadores à força" (sobre a luta de cães), na página 130 da revista, assinado por Paulo Barriga.

"Focus"
Aqui não há nada no corpo principal da revista, mas na secção "Auto" (que não tem números nas páginas), o jornalista Filipe Garcia começa com um "Quando" o texto sobre a F1 intitulado "Revolução em curso".

"Expresso"
O director José António Saraiva começa com um "Quando" a crónica da "Política à Portuguesa" e a correspondente do Brasil, a Iza, tem lá mais um texto, desta vez sobre a Elis Regina, com o "Quando" no começo. O último que vi dela foi aquele sobre a morte do Sérgio Vieira de Mello. Alguém, por favor, que a avise.

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