Antes do tal texto sobre teorias da conspiração (que eu tenho ainda de copiar de um livrinho que está aqui ao meu lado), gostaria de colocar o correio em dia.
Assim, recebi o seguinte texto vindo de "Terras do Nunca":
"Acabo de ler o seu «Comenta Pereira». E lembrei-me de lhe enviar isto.
21.8.03
Israel
Dois depois de um louco terrorista ter feito explodir um autocarro cheio de crianças em Jerusalém, o governo israelita mandou matar com cinco mísseis um dos dirigentes mais moderados do Hamas. Quem o considerava moderado não era o José Goulão ou o Francisco Louçã. Eram os media americanos e o primeiro-ministro palestiniano, o único interlocutor válido para os americanos. E, na qualidade de moderado, era um dos dirigentes do Hamas com quem o governo palestiniano dialogava na tentativa de levar o movimento a abandonar as armas. Essa é, como se sabe, uma das condições essenciais para que o road map e a paz possam ter sucesso.
Pois foi precisamente esse o homem que Israel matou.
Eu, que nunca tive a mais pequena dúvida em condenar o terrorismo e que nunca chamei terrorista ao governo de Israel, gostaria de saber como classificar o que Israel fez ontem.
Escrito por jmf @ 22:48"
Pacheco já comentou e disse:
"1. Tive ocasião de ler , um pouco por todo o lado, que o dirigente do Hamas morto pelos israelitas (numa política de assassinatos selectivos incompreensível a não ser em estado de guerra) era um “moderado”. Quem diz isto, seja do Departamento de Estado americano, seja no mais português dos blogues, não sabe o que é uma organização terrorista. Não há “dirigentes moderados” numa organização terrorista, ponto. Esse mesmo “dirigente moderado” , se era dirigente, esteve com certeza em várias reuniões em que se decidiu o atentado do autocarro e muitos outros atentados. É da natureza da pertença a essas organizações. Votou contra, levantou dúvidas numa reunião, achou que não era a altura? Se não saiu pela porta fora, a denunciar o crime em preparação, para o que tem a Autoridade Palestiniana como interlocutor, discutiu apenas tácticas. Claro que não duraria muito, porque nestas organizações só se entra, não se sai."
Se JPPereira tivesse lido o meu texto não se teria espalhado ao comprido nessa análise, porque assim ele está a dizer que, afinal, os israelitas sabiam que aquele terrorista era um dos responsáveis pelo atentado ao autocarro. Será que tiveram tempo de descobrir isso em tão pouco tempo (perto de 24 horas?) ou já sabiam antes? Afinal, a Mossad está ou não infiltrada no seio dos grupos terroristas? Outra coisa: que outras organizações governamentais que a gente conhece em países democráticos onde também "só se entra, não se sai"?
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