Sublinho o desabafo que Joel Neto faz no seu blogue quando critica os jornalistas que começam um texto com a palavra "Quando". Ele aponta como exemplo três textos seguidos na revista "Time" que começam com "When", o que para ele (nós, neste caso) "é o truque mais antigo na escrita de revistas".
Olha Joel, não vás mais longe. O "Expresso", na revista "Única", do passado dia 22, a jornalista Iza de Salles Freaza, começa o texto sobre Sérgio Vieira de Mello da seguinte maneira: "Quando a repórter do 'Jornal do Brasil? lhe perguntou se...". De igual modo, na mesma revista, o cronista Rui Henriques Coimbra também começou o texto "Postal dinamarquês" com igual "muleta": "Quando os meses mais quentes chegam à Dinamarca..."
E, na "Visão" do dia anterior, num texto assinado por três pessoas (Alexandra Correia, Inês Rapazote e Sónia Sapage), intitulado "Picaretas Falantes", também lá está o "quando": "Quando subiu ao palco...".
Ainda na mesma revista, numas páginas mais à frente, a jornalista Cesaltina Pinto, começou assim o seu texto "O senhor Douro": "Quando soube que o primeiro-ministro alemão..."
Acho que se podia criar uma espécie de observatório para "quando" estas coisas acontecem. Da mesma maneira, proponho ainda, dentro das competências do mesmo observatório, a recolha dos melhores começos de texto.
Não se esqueça por exemplo que, no campo da literatura, os dois melhores começos de texto até são do mesmo autor: Kafka.
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